Manifesto I

Dedicado a todos aqueles que lutam

e/ou acreditam.

O mundo não é o mesmo de ontem. Quanto ao homem, sim, há dúvidas. Talvez, na verdade, o homem nunca tenha mudado. Com o passar dos séculos, ele ainda continua ali, sendo o mesmo que foi, o mesmo que é. Vive apenas em épocas diferentes e se “adapta”, de certa forma, a elas.


Se toda regra tem a sua exceção - apesar desta afirmativa não ser uma regra, de fato -, não se pode generalizar: existem, sim, aqueles que, de certa forma, mudam ou mudaram (ou mudarão). É preferível nem arriscar se, realmente, estão ou não aqui.

Se me refiro à “mudança” não falo sobre descobertas científicas, tecnológicas, ou afins; digo da natureza humana e do caráter. O iluminista Rousseau afirmou: “O homem nasce naturalmente bom; a sociedade o corrompe”. E creio que aquele que nasce naturalmente nobre em espírito, independentemente das condições às quais é submetido - e, ainda, por vontade de querer assim permanecer -, assim permanecerá, até o presente momento em que tomar a decisão contrária.

Não é possível falar do caráter sem citar valores. Notavelmente, estes foram, atualmente, banalizados. Talvez, com o tempo, os homens tenham perdido seus valores, ou, realmente, nunca tenham tido valor algum. A maioria das pessoas não se importa em serem verdadeiros com aquilo que acreditam e/ou sonham. E isso é, sim, uma questão de caráter.

Poucos são aqueles verdadeiros e fiéis ao que sentem, desejam, acreditam e dizem. Principalmente fiéis ao que dizem sentir. As pessoas se vendem de maneira fácil, se afundam em ilusões, se afastam da realidade (que nada mais é do que o presente) e transformam a palavra em fumaça efêmera, enquanto poderiam solidificá-la.

Os homens estão corrompidos e cegos de tal forma que não parecem ter pretensão em algum tipo de mudança. Dessa forma continuam buscando, de um lado para o outro, por aquilo que desconhecem. Perambulam pelas ruas buscando desejos superficiais. Os homens estão, simplesmente, perdidos.


Nota: Créditos para minha querida
Thalita Martins do Sem Ser Mais