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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dias Irreais,



Abri os olhos, olhei rapidamente em volta, era real. Eu estava ali. A primeira lembrança que tenho é de tê-lo visto deitado ao meu lado ainda com os olhos levemente fechados e numa respiração profunda e calma. Acho que você sonhava de olhos fechados e eu sonhava com os olhos abertos. Dessa vez não tentei acordá-lo, pelo contrário, fiquei ali somente observando-o. Levantei, olhei pela janela, o dia já estava claro o bastante embora ainda fosse cedo. Olhei para ti novamente, sabia que aquele momento logo terminaria, então, secretamente “click” o eternizei numa fotografia, uma foto que você nunca soube, e que talvez, jamais saberá. A fotografia ficou um tanto escura, mas jamais o acordaria com um flash. Deitei novamente ao seu lado. Acordei. Era irreal. Ainda sonho com sua fotografia.




5 comentários:

Leonardo Rodrigues disse...

A irrealidade de sua narrativa beira a surrealidade por tratar de maneira tão real os dias irreais. A consciência da realidade se fundamenta no fato de que você "estava ali". Lembranças (vê-lo deitado [...] com os olhos levemente fechados, sonhando) são a forma mais concreta de se imortalizar aquilo que uma "fotografia escura" tentará guardar. Ao final de tudo, ainda se sonhará com a fotografia de alguém que, de fato, nunca esteve ali...

Leonardo Rodrigues disse...

Se eu soubesse que você escrevia assim teria repensado minhas aulas de literatura...

Rebecca Monteiro disse...

tão terno, me arrancou sorrisos (:

Má Khalil disse...

Grata pelos comentários.

Apenas uma correção: "Ao final de tudo, ainda se sonhará com a fotografia de alguém que, de fato, nunca esteve ali..."


Na verdade, é exatamente como está escrito nos versos. (:

Leonardo Rodrigues disse...

Concordo com a correção. "Deitei novamente ao seu lado. Acordei. Era irreal. Ainda sonho com sua fotografia" coaduna melhor com o título...