Abri os olhos, olhei rapidamente em volta, era real. Eu estava ali. A primeira lembrança que tenho é de tê-lo visto deitado ao meu lado ainda com os olhos levemente fechados e numa respiração profunda e calma. Acho que você sonhava de olhos fechados e eu sonhava com os olhos abertos. Dessa vez não tentei acordá-lo, pelo contrário, fiquei ali somente observando-o. Levantei, olhei pela janela, o dia já estava claro o bastante embora ainda fosse cedo. Olhei para ti novamente, sabia que aquele momento logo terminaria, então, secretamente “click” o eternizei numa fotografia, uma foto que você nunca soube, e que talvez, jamais saberá. A fotografia ficou um tanto escura, mas jamais o acordaria com um flash. Deitei novamente ao seu lado. Acordei. Era irreal. Ainda sonho com sua fotografia.
5 comentários:
A irrealidade de sua narrativa beira a surrealidade por tratar de maneira tão real os dias irreais. A consciência da realidade se fundamenta no fato de que você "estava ali". Lembranças (vê-lo deitado [...] com os olhos levemente fechados, sonhando) são a forma mais concreta de se imortalizar aquilo que uma "fotografia escura" tentará guardar. Ao final de tudo, ainda se sonhará com a fotografia de alguém que, de fato, nunca esteve ali...
Se eu soubesse que você escrevia assim teria repensado minhas aulas de literatura...
tão terno, me arrancou sorrisos (:
Grata pelos comentários.
Apenas uma correção: "Ao final de tudo, ainda se sonhará com a fotografia de alguém que, de fato, nunca esteve ali..."
Na verdade, é exatamente como está escrito nos versos. (:
Concordo com a correção. "Deitei novamente ao seu lado. Acordei. Era irreal. Ainda sonho com sua fotografia" coaduna melhor com o título...
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